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Foto do escritorFreitas Netto

Da Loteria às 'Bets': sete em cada dez brasileiros participam de jogos de apostas [Pesquisa 2024]



Pesquisa detalhada revela o impacto cultural, social e financeiro das apostas na vida dos brasileiros; 'Bets' já disputam espaço com o consumo da Classe C e D


Os jogos de apostas estão profundamente enraizados na cultura brasileira, com práticas que vão desde a loteria até o popular "jogos do bicho". Recentemente, novos formatos como as apostas esportivas, as fomosas "bets", e os jogos online, como "Tigrinho", têm ganhado força, atraindo um público cada vez mais diversificado.


Mas o que realmente motiva os brasileiros a apostar? E quais são as consequências dessa prática para suas finanças e bem-estar?


Pesquisa realizada pela Hibou, em agosto de 2024, entrevistou 2.839 brasileiros, divididos entre gêneros, faixas etárias e classes sociais, traz insights reveladores sobre o perfil dos apostadores e os impactos sociais dessas atividades. Confira os principias highlights:


1. Perfil dos apostadores


  • A maioria dos entrevistados (68%) afirmou participar de algum tipo de jogo de apostas.

  • Os jogos de loteria são os mais populares, com 47% dos entrevistados participando regularmente. Seguido de Rifas (25%), apostas esportivas (11%), bingo (10%) e Jogos online - como o tigrinho (8%), que também têm um público significativo.

Pesquisa “Jogos de apostas e o brasileiro", Agosto 2024 - Hibou

2. Motivações para apostar


  • O ganho financeiro é a principal motivação para 66% dos apostadores, seguido de diversão (25%) e a vontade de ajudar uma causa social (11%).

  • A influência de amigos, familiares e até mesmo patrocinadores de times de futebol desempenha um papel importante na decisão de apostar. Marcas que patrocinam times de futebol aumentam a intenção de apostar para 71% dos entrevistados.


4. O papel da mídia e influenciadores


  • A comunicação tem grande impacto no comportamento dos apostadores, com 42% afirmando que propagandas na TV e nas redes sociais, como Instagram (33%), influenciam suas decisões de apostar.

  • Além disso, 70% dos apostadores seguem influenciadores digitais que falam sobre apostas, e 44% mudam constantemente de casa de aposta ou apostam em mais de uma.


3. Limite mensal de gasto


  • Um dado preocupante que a pesquisa revelou é que 33% dos apostadores não estabelecem um limite mensal para seus gastos com apostas, o que pode agravar ainda mais os problemas financeiros.

  • Entre os 67% dos entrevistados que afirmam ter um limite, os valores variam significativamente:

    - 30% deles fixam um limite de até R$ 100,00 por mês.

    - 25% estabelecem um limite entre R$ 100,00 e R$ 300,00 mensais.

    - Apenas 12% afirmam que seu limite mensal ultrapassa R$ 500,00.

  • No entanto, a pesquisa também apontou que 55% desses apostadores frequentemente ultrapassam seus limites, especialmente em situações de crise financeira ou na esperança de recuperar perdas anteriores.


4. Impacto Financeiro e Social


  • Embora 48% dos apostadores já tenham ganhado algum valor em apostas, 12% afirmam que gastaram mais do que ganharam, com muitos recorrendo a soluções como vender bens, pedir dinheiro emprestado ou fazer bicos para cobrir os prejuízos.

  • A pesquisa revelou que 16% dos apostadores já enfrentaram problemas financeiros graves devido às apostas, e 2% se consideram viciados.

  • Cerca de 29% dos entrevistados admitiram que, ao tentar resolver problemas causados pelas apostas, acabaram contraindo novas dívidas, muitas vezes com juros altos, como empréstimos bancários ou até mesmo recorrendo a agiotas. Infelizmente, isso muitas vezes resulta em um ciclo vicioso de dívidas.


5. Conhecendo "alguém" com problemas


  • A pesquisa também destacou que a maioria dos brasileiros (72%) conhece "alguém" que enfrentou problemas financeiros graves devido a apostas. Esse alguém muitas vezes teve que vender bens pessoais, como eletrodomésticos e veículos, ou fazer empréstimos para cobrir as dívidas.

  • Essa percepção coletiva contribui para a normalização dos problemas financeiros associados às apostas, tornando-se um ciclo difícil de romper.


6. Tigrinho é Rei


  • Dentro do universo das jogos online (online gambling), o “Tigrinho” se destacou como a opção preferida para 7 em cada 10 apostadores. O apelo simples e acessível do jogo, que oferece prêmios instantâneos, tem atraído um público vasto, especialmente nas classes mais baixas, que buscam ganhos imediatos, mesmo que pequenos.

Quais jogos online você joga? “Jogos de apostas e o brasileiro", Agosto 2024 - Hibou.

Fonte: Pesquisa “Jogos de apostas e o brasileiro", Agosto 2024 - Hibou. Para baixar a pesquisa completa: Clique Aqui!


Uma análise dos dados


Os jogos de apostas no Brasil são um fenômeno cultural com raízes profundas, mas que trazem consigo uma série de desafios financeiros e sociais. A influência da mídia, o papel das grandes marcas e a busca por um ganho financeiro rápido colocam os brasileiros em uma posição vulnerável, especialmente aqueles das classes C e D.


Essas classes sociais, que já têm o dinheiro contado, estão trocando o foco de seus gastos – reduzindo a qualidade ou a quantidade dos produtos comprados – ou assumindo dívidas para tentar ganhar um pequeno extra no mês.


Essa busca desesperada por uma solução de curtíssimo prazo, que raramente chega, pode causar um efeito devastador a longo prazo.


Especialmente nas classes mais baixas, a motivação para apostar não é ficar milionário, mas sim garantir um extra que ajude a fechar o mês. Infelizmente, isso leva muitas vezes a arriscar o que não se pode perder, acumulando problemas financeiros que se arrastam para o futuro.


Além disso, os influenciadores digitais e os times de futebol têm uma influência significativa sobre os apostadores, especialmente nas apostas online e nos caça-níqueis virtuais. Esses fatores potencializam o impacto das apostas, criando um ambiente onde a esperança de um ganho rápido se torna um risco crescente para a saúde financeira dos brasileiros. #ApostasOnline #ComportamentoDoConsumidor #JogosDeApostas #ImpactoFinanceiro #CulturaBrasileira #InfluênciaDigital

 

Por: Antônio Netto

Gerente de Planejamento, liderando estratégias de marketing para o varejo. Com vasta experiência, também sou Professor, mestrando em Administração, e consultor em marketing digital, focado em inovação e prática.


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