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Live Commerce: a nova vitrine do Varejo Brasileiro - direto do sofá


Live Commerce: a nova vitrine do Varejo Brasileiro - direto do sofá

E se a experiência de compra fosse tão envolvente quanto assistir a um programa ao vivo? Bem-vindo ao mundo do live commerce, tendência que está revolucionando o varejo


Live commerce combina a interatividade das transmissões ao vivo com a conveniência das compras online. Nasceu na China e rapidamente se espalhou pelo mundo, permitindo que consumidores assistam à demonstração de produtos, façam perguntas em tempo real e comprem diretamente durante a transmissão.


Até 2027, previsões apontam que esse tipo de comércio online deve movimentar mais de US$ 240 bilhões no mundo, o equivalente a mais de R$ 1 trilhão. Só na China, essa indústria já movimenta cerca de US$ 400 bilhões, segundo dados do Rest of World.


E o Brasil não fica para trás! O país já é o segundo do mundo em live commerce, atrás apenas da China. Segundo a McKinsey, cerca de 64% dos usuários brasileiros participam de eventos de compras ao vivo pelo menos uma vez por mês.


Este número coloca o Brasil à frente de regiões como Europa (52%) e Estados Unidos (43%), demonstrando o potencial e a receptividade do público brasileiro para esse formato de venda.


Segundo a pesquisa "Social Commerce 3.0 – Tendências de consumo nas redes sociais", recentemente publicada pela Opinion Box, 28% dos brasileiros já adotaram o live commerce para fazer compras.


Potencial no Varejo Brasileiro


Empresas que adotam o live commerce podem experimentar um aumento significativo nas vendas. A interação em tempo real e a possibilidade de esclarecer dúvidas imediatamente fazem com que os consumidores se sintam mais confiantes em suas compras, além de criar um senso de comunidade e lealdade à marca.


Dados da McKinsey apontam ainda que a taxa de conversão em canais de live commerce pode ser até dez vezes maior em comparação ao modelo de e-commerce tradicional.


Essa análise é corroborada pela performance de centenas de empresas e marcas brasileiras que praticam live commerce com frequência em marketplaces digitais.


Empreendedores de diferentes setores têm registrado aumentos de mais de 500% no faturamento em dias com transmissão ao vivo em relação a dias normais sem lives, segundo o levantamento.


Oferecer promoções e produtos exclusivos durante as transmissões ao vivo pode incentivar os espectadores a fazer compras impulsivas. A sensação de urgência criada pelas ofertas de tempo limitado pode ser um grande motivador para os consumidores.


Cases brasileiros de live commerce


No Brasil, o live commerce já está mostrando seu potencial através de cases de sucesso de grandes marcas. A Magazine Luiza, por exemplo, é pioneira no uso do live commerce com seu programa "Magalu Live".


A empresa realizou transmissões ao vivo com apresentadores famosos, como Luciano Huck, e obteve resultados impressionantes em vendas e engajamento. Durante a Black Friday de 2020, a Magalu Live teve mais de 24 milhões de visualizações e gerou um aumento significativo nas vendas.


Recentemente, a Casas Bahia realizou a grande live do Dia do Consumidor, diretamente da loja conceito, em São Paulo. A live, apresentada por Rodrigo Faro e com participação do Presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, teve números recordes, com mais de 50 mil pessoas assistindo a live simultaneamente.



A Americanas também apostou no live commerce com o "Americanas Ao Vivo", um espaço dentro do aplicativo da marca que oferece transmissões ao vivo com influenciadores e especialistas em diversas categorias de produtos. A empresa utiliza o live commerce para lançar produtos, oferecer promoções exclusivas e interagir com os clientes em tempo real.


Outro exemplo é a O Boticário, que realizou diversas lives com influenciadoras e especialistas em beleza, apresentando lançamentos, tutoriais de maquiagem e dicas de cuidados com a pele. As transmissões ao vivo geraram um alto engajamento do público e impulsionaram as vendas dos produtos apresentados.


Case inusitado na China


A experiência da China serve como um exemplo de sucesso a ser observado. Um caso notável, e digamos, até inusitado, é o da influenciadora chinesa Zheng Xiang Xiang, que viralizou ao exibir produtos por apenas 3 segundos em lives de compras no Douyin (versão chinesa do TikTok).



Ela segurava a mercadoria por alguns segundos, dizia apenas o preço e passava para o próximo item, arrecadando milhões em uma série de lives durante um feriado chinês.


Essa abordagem extremamente dinâmica e rápida de vendas foi tão eficaz que acabou sendo restringida pela plataforma para melhorar a experiência do usuário, exigindo que os produtos fossem mostrados por um tempo maior.


Live Commerce: apenas uma modinha?


Estudos indicam que o live commerce não é apenas uma moda passageira, mas uma tendência que veio para ficar. Na China, onde o live commerce está mais consolidado, 87% dos usuários compram nesse formato há mais de três anos, e 72% afirmam que querem comprar mais produtos por meio de transmissões ao vivo.


Esse mesmo desejo de comprar mais é compartilhado por 49% dos usuários na América Latina, evidenciando o crescimento contínuo e a aceitação desse modelo de comércio por aqui.


Com a combinação certa de planejamento, tecnologia e interatividade, o live commerce pode ser a chave para o sucesso de muitos negócios no mercado digital brasileiro.


 

Por: Antônio Netto

Gerente de Planejamento, liderando estratégias de marketing para o varejo. Com vasta experiência, também sou Professor, mestrando em Administração, e consultor em marketing digital, focado em inovação e prática.


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