O ano de 2025 começou! E um dos mercados que tendem a crescer ainda mais é o da Creator Economy! Mas vamos com calma, que esse mercado está bombando, mas entrando em um período de transformação profunda.
Com base em pesquisas, dados, vivências profissionais e insights de diversos eventos, a YOUPIX elaborou o Report Vem aí com as suas tendências sobre o Creator Economy para 2025.
Essas tendências refletem um mercado em amadurecimento, o que vai exigir maior profissionalismo, diversificação de receitas e integração tecnológica.
Então, vamos explorar os principais dados desse Report e entender o impacto para creators, marcas e agências nesse cenário para 2025!
Foco na profissionalização do backstage
É o declínio do amadorismo! O improviso, antes comum nesse setor, está sendo substituído por práticas mais estruturadas e profissionais.
Será necessário uma abordagem mais especializada. Aqueles que estão nos bastidores, responsáveis pelo planejamento, análise e execução, agora precisam dominar habilidades importantes como mensuração de impacto, curadoria de conteúdo, gestão de comunidades e estratégias de PR.
Essas competências se tornaram indispensáveis para atender às expectativas de resultados tangíveis e relevância cultural das campanhas e comunidades.
Dados da pesquisa indicam que 78% dos próprios creators reconhecem a importância da mensuração detalhada de resultados e da gestão de equipes para sustentar sua relevância no mercado.
E quais são as habilidades vistas como “indispensáveis” para se atuar de forma mais profissional nesse mercado?
Ser um bom planner/estrategista - 56,84%
Entender de redes sociais e se atualizar sempre - 55,94%
Entender profundamente de métricas e KPIs - 53,53%
Técnicas de mapeamento de influenciadores - 51,58%
Negociação e relacionamento - 50,23%
Bom conhecimento de marketing digital e comunicação geral - 43,46%
Relacionamento bom com influenciadores - 37,59%
Ser criativo - 36,24%
Ser um bom criador de storytelling - 35,64%
Hackear bem tendências off e online - 33,83%
Leitura de pluralidade e diversidade em comunicação - 26,32%
Bom de gerenciamento de crise - 20,15%
Dados: 2ª edição da pesquisa Carreiras & Influência, realizada pela YOUPIX em parceria com Indique Uma Preta
Profissionalização também no conteúdo
Não é de hoje que vemos creators ampliando seu papel criativo, indo além do simples ciclo de receber um briefing, entregar a publi e encerrar o trabalho.
Esses profissionais assumem múltiplas funções: produzem, atuam, dirigem e, principalmente, investem em cada peça que criam para as marcas. A criatividade, embora essencial, não é o único diferencial – o nível de exigência subiu, e as marcas estão reconhecendo o valor de dar liberdade criativa a eles.
Pense no exemplo das campanhas realizadas com a influenciadora Giovanna Ferrarezi: com atores, maquiagem, figurino e cenografia, elas são tão elaboradas que poderiam facilmente estar na TV. Ou até mesmo da Camila Pudim, com suas super produções de maquiagem. E ainda assim, o custo final pode ser mais competitivo do que o de uma agência ou produtora tradicional.
Com isso, os creators estão se consolidando como as "novas agências" do mercado, e os grandes nomes da publicidade, como os "novos Washingtons Olivettos", vêm desse universo criativo.
Mais estratégia de creators Always On
De acordo com a pesquisa ROI & Influência 2024, realizada em parceria com a Nielsen, 3 em cada 4 dos respondentes planejam aumentar seus investimentos em marketing de influência.
O modelo "always on" se consolidou como parte indispensável do planejamento estratégico. Esse movimento é impulsionado diretamente pelo comportamento do consumidor, que revela a influência determinante dos creators na decisão de compra.
Nicho é o negócio!
Na Vidcon deste ano, realizada na Califórnia, EUA, os debates foram além das tradicionais parcerias com marcas (#publipost). Os temas incluíram venture capital, gestão empresarial, criação de produtos e propriedade intelectual.
Um ponto em comum entre muitas empresas que estão atraindo investimentos é a falta de generalidade: elas possuem nichos bem definidos e comunidades específicas (nem sempre pequenas).
Megan Lightcap, uma importante investidora de Wall Street, destacou que prefere apostar em creators com audiências segmentadas em vez de influenciadores de lifestyle, por serem mais consistentes e menos suscetíveis à volatilidade.
Do UGC para o CGC?
O conceito original de UGC, aquele "raiz", se refere ao conteúdo gerado pelos usuários, organicamente, com ou sem estímulo direto das marcas. Mas o mercado evoluiu, e com isso, o termo também ganhou um novo significado.
Hoje, UGC é reconhecido mais como uma linguagem do que como um simples conceito: algo menos produzido, mais autêntico, quase como um depoimento sincero, distante do tom polido da publicidade tradicional.
Com o crescimento do número de criadores de conteúdo, essa linguagem passou a ser não apenas incentivada, mas também adquirida, planejada e promovida como um poderoso ativo de mídia que entrega resultados.
E se o problema é apenas semântico, o mercado já encontrou um novo nome: CGC – Creator Generated Content.
Creators e agentes consolidados demonstraram resistência ao destaque que o UGC ganhou recentemente, especialmente devido aos cachês considerados baixos para vídeos criados nesse formato.
No entanto, esse tipo de conteúdo não é voltado para quem já possui outras formas de monetização. O UGC se apresenta como uma oportunidade ideal para iniciantes ou para quem deseja gerar uma renda extra sem precisar se tornar influencer, já que nem mesmo seguidores são necessários para participar desse mercado.
Para 2025, a tendência aponta para estratégias ainda mais organizadas e soluções mais criativas, tanto pelas marcas quanto pelo mercado.
Cadê o meio de funil?
Em 2024, as marcas radicalizaram suas estratégias, dividindo entre campanhas de awareness (topo de funil) com celebridades, nem sempre eficazes para gerar desejo, e ações de fundo de funil com promoções e UGC.
No entanto, a jornada de consideração (meio de funil), que a YOUPIX considera o verdadeiro "pote de ouro" da influência, parece ter sido esquecida.
A maior força de uma estratégia de influência na etapa de consideração está em agregar contexto à mensagem da marca, posicionando o produto ou serviço de forma autêntica e adaptada à linguagem da comunidade do creator.
Ao eliminar essa camada, as marcas perdem a chance de construir relevância e engajamento, essenciais para converter interesse em intenção de compra.
O resultado? Campanhas focadas em awareness, frequentemente com CPMs elevados, e conversões que se tornam mais caras e difíceis de alcançar.
Em 2024, muitas empresas entenderam que o que é fácil de mensurar, como ações de topo de funil, nem sempre contribui para construir uma marca sólida.
A tendência agora é que elas busquem sair da zona de conforto, engajando-se em conversas já existentes e se inserindo em comunidades bem estabelecidas, criando conexões mais autênticas e relevantes.
O lance é pertencer
O desejo de pertencimento é um dos impulsos mais profundos do ser humano, alimentando a necessidade de fazer parte de algo maior. Seja em clubes online, fandoms ou servidores no Discord, essas microcomunidades criam conexões significativas.
Elas vão além de simples seguidores, os transformando em participantes engajados de uma experiência coletiva e compartilhada.
Focar em nichos e acolher seu público, em vez de perseguir números superficiais, é a chave para aumentar o engajamento e construir conexões genuínas.
O verdadeiro sucesso não está em alcançar milhões, mas em criar impacto significativo entre aqueles que realmente importam.
O Boom dos conteúdos “sem rosto” (faceless)
Com o avanço da inteligência artificial e das ferramentas de edição sob demanda, surgem cada vez mais formatos focados em conteúdos e na monetização através das plataformas digitais. Entre os principais formatos estão:
Animações e gráficos: Criadores que produzem vídeos explicativos ou educativos, populares em plataformas como YouTube e TikTok.
Tutoriais de tela: Vídeos que ensinam o uso de softwares, edições ou automações, como tutoriais de Photoshop ou automação no Instagram.
Conteúdo narrado: Podcasts ou vídeos narrados sem a necessidade de aparecer na câmera.
ASMR: Vídeos focados em sons relaxantes, muitas vezes com foco em objetos ou mãos, sem exibir o rosto.
Embora perfis "faceless" já existam há algum tempo, a facilidade proporcionada pela I.A. deve acelerar ainda mais a criação e a gestão desses perfis, o que os torna cada vez mais acessíveis e lucrativos.
Não está reconhecendo? Basta olhar alguns perfis como o Festa da Firma, Memes Brasil e tantos outros.
De influenciadores a empresários
Criadores que conquistaram relevância estão assumindo uma mentalidade empresarial. A pesquisa "Creators & Negócios", feita em parceria com a Brunch, mostra que 15% da renda dos criadores já vem de modelos como marcas próprias e infoprodutos.
Exemplos como Boca Rosa e Bruna Tavares destacam como criatividade, estratégia e gestão se tornaram essenciais para transformar influência em negócios sustentáveis.
Muitos também estão diversificando suas fontes de receita, investindo em educação, startups e produtos. A busca é por maior independência de plataformas e contratos publicitários.
Mensuração: de prints a provas
Sabe aquela história de mandar prints de relatórios de alcance e engajamento para provar dados da entrega?
Então… metodologias robustas e confiáveis são o novo padrão.
O avanço no modelo de mensuração depende de um ponto importante, que está sob responsabilidade dos creators e seus agentes: a colaboração no compartilhamento de resultados.
Muitas marcas e agências já estão inserindo cláusulas contratuais que condicionam a contratação e o pagamento à adesão a plataformas de monitoramento.
A transparência nessa relação está se tornando um requisito para empresas comprometidas com a seriedade, elevando o padrão no mercado e no backstage.
Enfim…
Já deu para perceber que a Creator Economy de 2025 apresenta desafios, mas também oportunidades sem precedentes.
Criadores que abraçam a profissionalização, diversificam suas fontes de renda e adotam práticas baseadas em dados, com foco em nicho e relevância em comunidades estarão melhor posicionados para prosperar.
As marcas, por sua vez, precisam evoluir suas estratégias de colaboração, investindo em parcerias de longo prazo e métricas confiáveis.
Para as agências, o papel de facilitadoras e educadoras no ecossistema nunca foi tão importante.
Que venha 2025!
Por: Antônio Netto
Gerente de Planejamento, liderando estratégias de marketing para o varejo. Com vasta experiência, também sou Professor, mestrando em Administração, e consultor em marketing digital, focado em inovação e prática.
Gostou desse artigo?
Te convido a contribuir mais sobre o assunto!
Compartilhe sua experiência ou cases interessantes.
Siga meu perfil e acompanhe outros textos!
Comments